1Te 5:21 - Examinai tudo. Retende o bem. ( Palavras De São Paulo. )
Pro 14:12 - Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.
Pro 16:25 - Há um caminho que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte.
(Palavras De Salomão)
"papa, missa, purgatório, vela, quebrante, mau-olhado, romarias, tradição, fitinhas, patuás, amuletos, simpatias, crucifixo, sinal da cruz, rozário, rezas, terços, novenas, hóstia, extrema-unção, primeira comunnhão, crisma, padroeiros, veneração dos santos, procissão, ídolo, quaresma, folia de reis, quarta-feira de cinzas"... ( Tudo Sem Base Nas Escrituras!!! - Bíblia. )
A história mostra que o papado foi criado com fins politicos. O primeiro papa foi Leão I ( 440-461 d.C ) e não Pedro. Não há este título na Bíblia.
Efe 4:11 - E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.
(Palavras De São Paulo.)
Veja: 2Pe 2:1 - E TAMBÉM houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.
Ato 4:12 - E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.
(Palavras De São Pedro.)
"Qual a origem da Igreja Católica?"
Resposta: A Igreja Católica Romana declara que sua origem é a morte, ressurreição e ascensão de Jesus Cristo em aproximadamente 30 d.C. A Igreja Católica proclama a si própria como a Igreja pela qual Jesus Cristo morreu, a Igreja que foi estabelecida e construída pelos Apóstolos. É esta a verdadeira origem da Igreja Católica? Pelo contrário. Mesmo uma leitura superficial no Novo Testamento irá revelar que a Igreja Católica não tem sua origem nos ensinamentos de Jesus, ou de Seus apóstolos. No Novo Testamento, não há menção a respeito do papado, adoração a Maria (ou a imaculada concepção de Maria, a virgindade perpétua de Maria, a ascensão de Maria ou Maria como co-redentora e mediadora), petição por parte dos santos no Céu pelas orações, sucessão apostólica, as ordenanças da igreja funcionando como sacramentos, o batismo de bebês, a confissão de pecados a um sacerdote, o purgatório, as indulgências ou a autoridade igual da tradição da igreja e da Escritura. Portanto, se a origem da Igreja Católica não está nos ensinamentos de Jesus e Seus apóstolos, como registrado no Novo Testamento, qual a verdadeira origem da Igreja Católica?
Pelos primeiros 280 anos da história cristã, o Cristianismo foi banido pelo Império Romano, e os cristãos foram terrivelmente perseguidos. Isto mudou depois da “conversão” do Imperador Romano Constantino. Constantino “legalizou” o Cristianismo pelo Edito de Milão, em 313 d.C. Mais tarde, em 325 d.C., Constantino conclamou o Concílio de Nicéia, em uma tentativa de unificar o Cristianismo. Constantino imaginou o Cristianismo como uma religião que poderia unir o Império Romano, que naquela altura começava a se fragmentar e a se dividir. Mesmo que isto aparente ser um desenvolvimento positivo para a igreja cristã, os resultados foram tudo, menos positivos. Logo Constantino se recusou a abraçar de forma completa a fé cristã, mas continuou com muitos de seus credos pagãos e práticas. Então, a igreja cristã que Constantino promoveu foi uma mistura de verdadeiro Cristianismo e paganismo romano.
Constantino achou que, com o Império Romano sendo tão grande, vasto e diverso, nem todos concordariam em abandonar seus credos religiosos e abraçar o Cristianismo. Então, Constantino permitiu, e mesmo promoveu a “cristianização” de crenças pagãs. Crenças completamente pagãs e totalmente não-bíblicas ganharam nova identidade “cristã”. Seguem-se alguns claros exemplos disso:
(1) O Culto a Ísis, deusa-mãe do Egito e esta religião, foram absorvidas no Cristianismo, substituindo-se Ísis por Maria. Muitos dos títulos que eram usados para Ísis, como “Rainha dos céus”, “Mãe de Deus” e “theotokos” (a que carregou a Deus) foram ligados a Maria. A Maria foi dado um papel exaltado na fé cristã, muito além do que a Bíblia a ela atribui, com o fim de atrair os adoradores de Ísis para uma fé que, de outra forma, não abraçariam. Na verdade, muitos templos a Ísis foram convertidos em templos dedicados a Maria. A primeira indicação clara da Mariologia Católica ocorre nos escritos de Origen, que viveu em Alexandria, Egito, que por acaso era o lugar principal da adoração a Ísis.
(2) O Mitraísmo foi uma religião no Império Romano do 1º ao 5º século d.C. Foi muito popular entre os romanos, em particular entre os soldados romanos, e foi possivelmente a religião de vários imperadores romanos. Mesmo que jamais tenha sido dado ao Mitraísmo um status “oficial” no Império Romano, foi de fato religião oficial até que Constantino e imperadores romanos que o sucederam substituíram o Mitraísmo pelo Cristianismo. Uma das principais características do Mitraísmo era a refeição sacrificial, que envolvia comer a carne e beber o sangue de um touro. Mitras, o deus do Mitraismo, estava “presente” na carne e no sangue do touro, e quando consumido, concedia salvação àqueles que tomavam parte da refeição sacrificial (teofagia, comer o próprio deus). O Mitraísmo também possuía sete “sacramentos”, o que faz com que as semelhanças entre o Mitraísmo e o Catolicismo Romano sejam tão numerosas que não as podemos ignorar. Constantino e seus sucessores encontraram um substituto fácil para a refeição sacrificial do Mitraísmo no conceito da Ceia do Senhor/Comunhão Cristã. Infelizmente, alguns cristãos primitivos já haviam ligado o misticismo à Ceia do Senhor, rejeitando o conceito bíblico de uma simples e adorativa rememoração da morte e sangue derramado de Cristo. A romanização da Ceia do Senhor completou a transição para a consumação sacrificial de Jesus Cristo, agora conhecida como a Missa Católica/Eucaristia.
(3) A maioria dos imperadores romanos (e cidadãos) era henoteísta. Um henoteísta é alguém que crê na existência de muitos deuses, mas dá atenção especial a um deus em particular, ou considera um deus em particular como supremo e acima dos outros deuses. Por exemplo, o deus romano Júpiter era supremo acima do panteão romano de deuses. Os marinheiros romanos eram freqüentemente adoradores de Netuno, o deus dos oceanos. Quando a Igreja Católica absorveu o paganismo romano, ela simplesmente substituiu o panteão de deuses pelos santos. Assim como no panteão romano de deuses havia um deus do amor, um deus da paz, um deus da guerra, um deus da força, um deus da sabedoria, etc, da mesma forma, na Igreja Católica havia um santo “responsável” por cada uma destas coisas, e muitas outras categorias. Assim como muitas cidades romanas tinham um deus específico para ela, também a Igreja Católica providenciou “santos padroeiros” para as cidades.
(4) A supremacia do bispo romano (o papado) foi criada com o apoio de imperadores romanos. Com a cidade de Roma sendo o centro do governo para o Império Romano, e com os imperadores romanos vivendo em Roma, a cidade de Roma alcançou proeminência em todos os aspectos da vida. Constantino e seus sucessores deram apoio ao bispo de Roma como governante supremo da Igreja. Logicamente é o melhor para a unidade do Império Romano que o governo e estado religioso sejam centralizados no mesmo lugar. Mesmo a maioria de outros bispos (e cristãos) resistindo à idéia da supremacia do bispo romano, o bispo romano ascendeu à supremacia, por causa do poder e influência dos imperadores romanos. Quando houve a queda do Império Romano, os papas tomaram para si o título que anteriormente pertencia aos imperadores romanos - Máximo Pontífice.
Muitos outros exemplos poderiam ser dados. Estes quatro devem ser suficientes para demonstrar a verdadeira origem da Igreja Católica. Logicamente a Igreja Católica Romana nega a origem pagã de seus credos e práticas. A Igreja Católica disfarça suas crenças pagãs sob camadas de teologia complicada. A Igreja Católica desculpa e nega sua origem pagã sob a máscara de “tradição da igreja”. Reconhecendo que muitas de suas crenças e práticas são em essência estranhas à Escritura, a Igreja Católica é forçada a negar a autoridade e suficiência da Escritura.
A origem da Igreja Católica é a trágica mistura de Cristianismo com religiões pagãs que o cercavam. Ao invés de proclamar o Evangelho e converter os pagãos, a Igreja Católica “cristianizou” as religiões pagãs e “paganizou” o Cristianismo. Embaçando as diferenças e apagando as distinções, sim, a Igreja Católica se fez atraente às pessoas do Império Romano. O resultado foi que a Igreja Católica se tornou a religião suprema no “mundo romano” por séculos. Contudo, um outro resultado foi a mais dominante forma de apostasia cristã do verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo e da verdadeira proclamação da Palavra de Deus.
II Timóteo 4:3-4 declara: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.
Fica claro que a Igreja Católica não é legítima, pois os Santos, os "pais da Igreja" e os apóstolos jamais cultuaram Maria e as imagens, não ensinaram transubstanciação, purgatório nem foram Celibatários.
Valdenses
No século 12 E.C. — 200 anos antes de Wycliffe e Huss, e 300 anos antes de Lutero, no sul da França, nos vales alpinos desse país e no norte da Itália. O povo comum vivia na pobreza e era propositalmente mantido em ignorância pela rica e muitas vezes corrupta classe clerical. A Igreja Católica Romana exercia o poder supremo em toda a Europa, sendo poderosa, opulenta e mundana.
Com tal fundo histórico, encontramos um grupo de pessoas que se distinguiam em nítido contraste. Criam na Bíblia como sendo a Palavra de Deus e se esforçavam a viver em harmonia com os seus princípios justos. Subiam morros e desciam vales, aos pares, pregando e ensinando as verdades que puderam descobrir por meio da leitura das partes das Escrituras de que dispunham em sua língua. Por esse motivo eram perseguidos como hereges, e muitos deles pagaram com a própria vida. Quem eram eles?
Tornaram-se conhecidos na França como os vaudois. Seus perseguidores católicos chamavam-nos em latim de Valdenses, que deu origem à palavra em português.
PRECURSORES
Historiadores católicos e protestantes discordam quanto às origens dos Valdenses. Os primeiros querem fazer-nos crer que aquilo que qualificam de “seita herege” dos valdenses foi um fenômeno isolado, que surgiu repentinamente no fim do século 12, liderado por um francês procedente de Lião, chamado Valdès ou Valdo. Por outro lado, muitos protestantes afirmam que os valdenses foram um dos elos da corrente ininterrupta de dissidentes desde o tempo do Imperador Constantino (quarto século E.C.) até o tempo dos reformadores protestantes do século 16. Esses protestantes são da opinião de que o nome valdenses se deriva da palavra latina vallis, que significa “vale”, e se refere ao fato de que esses dissidentes, continuamente perseguidos como hereges, foram obrigados a se refugiar nos vales alpinos da França e da Itália.
Naturalmente, os historiadores católicos rejeitam tal explicação protestante como não histórica. Entretanto, ao afirmar que os valdenses surgiram no cenário da história medieval com Valdès ou Valdo, a Igreja Católica está menosprezando o fato histórico, patente, de que havia muitos outros dissidentes antes de Valdo começar a pregar no fim da década de 1170. A verdade parece ser que Valdo e seus associados tornaram-se um ponto de reunião para grupos similares de dissidentes, alguns dos quais já existiam há muito tempo.
A Igreja Católica gostaria de que esquecêssemos que muitos anos antes de Valdo já havia presentes no seu próprio meio as sementes de descontentamento. Por exemplo, o Bispo Agobard, de Lião, na França (779-840 E.C.), manifestou-se fortemente contra a adoração de imagens, as igrejas dedicadas a santos e a liturgia eclesiástica, que não estava em harmonia com as Escrituras Sagradas.
Do outro lado dos Alpes, em Turim, na Itália, o Bispo Cláudio, contemporâneo de Agobard, adotou uma posição similar. Condenou orações a santos, a veneração de relíquias e da cruz, e, em geral, rejeitou a tradição da igreja como sendo contrária às Escrituras. Cláudio de Turim tem sido chamado de “o primeiro reformador protestante”. Faleceu entre 827 e 839 E.C.
No século 11, o Arquidiácono Bérenger, ou Berengário, de Tours, na França, tido como um dos teólogos mais influentes do seu tempo, opôs-se ao dogma da transubstanciação, sustentando que o pão e o vinho usados para comemorar a morte de Cristo são emblemáticos e não milagrosamente transformados no corpo e no sangue de Cristo. Defendeu também a superioridade da Bíblia sobre as tradições. Bérenger foi excomungado como herege em 1050.
Bem no início do século 12, dois homens se distinguiram como notáveis dissidentes na França. Eram Pedro de Bruys e Henrique de Lausanne. O primeiro iniciou a vida adulta como sacerdote nos Alpes do sudeste da França. Logo desistiu do sacerdócio por discordar da igreja em doutrinas importantes tais como o batismo de crianças, a transubstanciação, orações em favor dos mortos, a adoração da cruz e a necessidade de edifícios de igreja. Banido das dioceses dos Alpes do sul, ele pregou diretamente às pessoas em toda a França meridional, fazendo muitos discípulos. Foi finalmente queimado na estaca em St. Gilles, perto de Arles, em 1140.
Henrique de Lausanne, também chamado de Henrique de Cluny, deu prosseguimento à obra de Pedro de Bruys. Foi um monge que já em 1101 começara a falar destemidamente contra a liturgia eclesiástica, o clero corrupto dos seus dias e o sistema da hierarquia religiosa. Afirmava que a Bíblia é a única norma de fé e adoração. Henrique de Lausanne começou a pregar em Le Mans, no oeste da França. Expulso de lá, continuou sua obra missionária por todo o sul da França, encontrando-se eventualmente com Pedro de Bruys. Foi preso em 1148 e condenado à prisão perpétua. Mas as idéias desses homens propagaram-se rapidamente desde os Alpes sulinos até o Mediterrâneo, e através do sul da França até o golfo de Biscaia.
OS ANABATISTAS DO SÉCULO XVI
Tenho visto muitos historiadores da Igreja tentando responder erroneamente a questão de onde vieram os anabatistas do século XVI. A resposta correta é simples: Não vieram, já estavam. O movimento anabatista do século XVI é uma continuação dos movimentos anabatistas que atravessaram toda a Idade Média. Os costumes são iguais; a doutrina é a mesma; os membros tinham a mesma característica diante da sociedade. O fato de sabermos mais sobre os anabatistas do século XVI do que os anabatistas da Idade Média, não se deve ao fato de estarmos incertos sobre a existência dos últimos. Deve-se ao fato de que agora já tinham inventado a imprensa. E também, com a divisão do catolicismo no advento da Reforma, teríamos informações oficiais de dois lados, o catolicismo e o protestantismo. Além do que o século XVI está bem mais próximo de nossa época que o século IV. Pense bem: O que você sabe sobre o papa Silvestre do século IV? Quase nada. Que tal verificar na sua memória o que você sabe sobre Lutero, Cabral, e outros que viveram no século XVI? Tenho certeza que as informações sobre os últimos são bem mais amplas. Porque seria diferentes com os anabatistas?
A ORIGEM DOS ANABATISTAS DO SÉCULO XVI
Admitir que os anabatistas atravessaram toda a idade média, mesmo que levando outros nomes, não é uma tarefa fácil. Para a igreja católica admitir isso ela estará afirmando sua exclusão em 225, além do que, que não é a igreja mais antiga. Para os protestantes - principalmente luteranos e presbiterianos - é dizer que não foram seus patronos Lutero e Calvino os resgatadores da verdade.
Os anabatistas tem sua origem nas igrejas anabatistas que conseguiram escapar da perseguição católica durante o período das Trevas, que vai desde século IV até o século XVI. Apesar de terem outros apelidos além de anabatistas, estas igrejas eram o verdadeiro cristianismo, e todas, sem exceção, eram chamadas de "anabatistas". SUAS CARACTERISTICAS ORGANIZACIONAL E DOUTRINÁRIAO historiador A.G. Dickens, no seu livro A Reforma, pg 131- 140-141, faz um relato muito significativo sobre a origem, organização e doutrina dos anabatistas do século XVI. Ele não defende os anabatistas, mas também não pode negar o fato de serem eles um grupo de cristãos totalmente diferente do catolicismo e protestantismo. Eis o relato de Dickens:
"Em que sentido pode o anabatismo ser chamado de um movimento? Não podemos certamente falar de uma reforma anabatista como falamos de uma reforma luterana, zuingliana ou calvinista. Os anabatistas não tinham nenhum chefe espiritual, nenhum código de doutrina largamente aceito, nenhum órgão central dirigente (eram independentes). Não influenciaram os governos, não modelaram as sociedades nacionais, não conservaram uma administração política. Nessa comunidade marginal (ao lado) de crentes, a disciplina não limitava apenas ao batismo. A confissão de Schleitheim, um de seus documentos mais largamente divulgados, redigida em 1527, talvez pelo mártir Miguel Satler, reduz-se a sete artigos: O batismo, diz-se, só será concedido aos que conheceram o arrependimento e mudaram de vida, e que entrem na ressurreição de Jesus Cristo. Os que estão no erro não podem ser excomungados antes de advertidos por três vezes, e isto deve-se fazer antes do partir o pão, de maneira que uma igreja pura e unida se reuna. A ceia do Senhor é só para os batizados, e é um serviço comemorativo. Os membros devem deixar o culto papista (católico) e antipapista (protestante), não tomarem parte dos negócios públicos (que eram na sua maioria imoral), renunciam a guerra e as diabólicas e anticristãs arma de fogo. Os pastores devem ser sustentados pelas congregações, afim de poderem ler as escrituras, assegurar a disciplina da igreja e dirigir a oração. Se um pastor é expulso ou martirizado, deve imediatamente ser substituído, e ordenado outro, para que o rebanho de Deus não seja destruído. A espada destina-se aos magistrados temporais, a fim de poderem castigar os maus, mas os cristãos não devem usá-la, mesmo em legítima defesa, como também não devem recorrer à lei ou tomar o lugar dos magistrados. São proibidos os juramentos."
O estudante deste tratado pode comparar o elo que liga os anabatistas do século XVI aos dos séculos anteriores e aos batistas. São o mesmo povo. Olhe bem para os artigos de fé acima mencionados. Compare com as doutrinas dos batistas. Existe alguma coisa que não está de acordo? São todos o mesmo povo. Todos eram e devem ser verdadeiros seguidores das Escrituras Sagradas.
AS DIVISÕES ENTRE OS ANABATISTAS DO SÉCULO XVI
Muitos há que condenam o movimento anabatista do século XVI dizendo que eles por algum tempo apelavam para a violência. Os que assim pensam se esquecem que toda igreja tem seu lado ruim. Veja a Igreja de Jesus. Não havia lá o Judas? Era Judas o verdadeiro representante da igreja ou um membro errado? Sim, os anabatistas tiveram membros e pastores que não honravam suas doutrinas. E eram justamente aqueles que estavam misturados com as revoluções luteranas, calvinistas e zuinglianas. Foi o caso de Melchior. Dickens afirma no seu livro A Reforma, pg 142 sobre ele:
"Pode-se dizer que a Confissão de Schleitheim, no seu conjunto, contém muitas posições características e que era aceite pela maior parte dos anabatistas. Fora dela havia muitos preceitos religiosos ou sociais não aceites por todos eles e sujeitos a controvérsias. Doutrinas não incluídas na confissão eram rigorosamente sustentadas por certas comunidades, como a cristologia Melchiorita."
Para quem não sabe Melchior Hoffiman é acusado de ser anabatista e de fazer um levante contra o Estado de Lutero na Alemanha. Dickens considera-o "sectários e extremistas à margem do anabatismo" (A Reforma pg 143). O historiador Christian diz que ele nunca foi um anabatista.
Hoje estamos vivendo uma situação parecida. São batistas aqueles que se dizem batistas e não honram os artigos de fé bíblicos? São batistas os batistas que acreditam na salvação pelas obras? São batistas os que acreditam na salvação pela guarda do sábado? Porém na parede da frente de suas igrejas está escrito: Igreja Batista. É batista quem realmente vive como um batista deve viver. Foi o caso dos anabatistas do século XVI. Uma maçã podre não invalida as maçãs boas.
OS ANABATISTAS E LUTERO
Os anabatistas do século XVI e o reformador católico Martinho Lutero escreveram uma página especial do cristianismo neste período. Quando Lutero iniciou o seu movimento encontrou nos anabatistas um apoio antipapista. Tinham de comum o fato de saberem que o papa era um servo de Satanás. Muitos anabatistas migraram-se para a Alemanha animados com o discurso antipapista de Lutero. A decepção não demorou a chegar. Quando Lutero conseguiu o poder temporal ele passou a perseguir os anabatistas. Primeiro usando discursos inflamados. Depois usou a intimidação. E por fim, usou a força. Para decepção de muitos de seus admiradores, Lutero não ficou devendo nada a nenhum papa em questão de crueldade contra os anabatistas. Veja alguns relatos sobre a perseguição de Lutero aos camponeses anabatistas feitas pelo escritor Stefan Zweig em seu livro Os caminhos da Verdade, páginas 184 e 198:
"Lutero abraçava, sem restrições e definitivamente, a causa da autoridade contra o povo. O asno, dizia ele, precisa de pauladas; a plebe deve ser governada com a força... Iniciava-se já a perseguição aos livres pensadores e aos dissidentes, instaurava-se a ditadura do partidarismo... Arrancava-se a língua aos anabatistas, atenazavam-se com ferros candentes e condenavam-se a fogueira como hereges os pregadores, profanavam-se os templos, queimavam-se os livros e incendiavam-se as cidades."
Lutero não pode ser visto como um defensor da causa de Deus. Tampouco alguém que resgatou o direito de ler a Bíblia. Não, de forma alguma. Ditadores não são homens de Deus. Homens que matam por causa de doutrina não são homens de Deus. Não vemos Jesus arrancar a língua de ninguém para pregar o evangelho. Porque então seus pregadores agiriam dessa forma? Lutero perseguiu os anabatistas porque estes não se sujeitaram a seus caprichos de ditador.
Em Abril de 1525, por ordem de Lutero, o qual chegou a redigir um panfleto, numa linguagem violenta contra os anabatistas, pediu que seus súditos colocassem fim na desordem anabatista que atormentava o seu país. Naquele mês mais de cem mil anabatistas morreram assassinados pelos soldados luteranos. Essa é a verdadeira história sobre os anabatistas e Lutero.
OS ANABATISTAS E CALVINO
A relação entre Calvino e os anabatistas do século XVI não foram diferentes da que houve com Lutero. Todo revolucionário tem a tendência de se tornar um ditador. Aconteceu primeiro com Lutero na Alemanha. Pouco depois aconteceu com Calvino na cidade de Genebra. Nos livros que temos sobre a reforma não se pode esconder os atos de atrocidades que Calvino cometeu contra feiticeiros, humanistas e aos anabatistas residentes em sua cidade. No livro O Cristianismo Através dos Séculos, pg 254, diz que:
"Para garantir a eficácia de seu sistema (o sistema de uma cidade santa), Calvino estabeleceu penalidades severas. Vinte oito pessoas foram executadas e setenta e seis exiladas em 1546."
Temos o relato de uma testemunha ocular dos fatos, chamado Sebastião Castellio, que fora um pastor Calvinista e tornou-se depois um humanista, abandonando seu ministério devido a evidencias tais quais temos a seguir:
"Revolta-me o exemplo de como se procede nesta cidade o emprego da violência contra os anabatistas. Eu mesmo vi arrastarem para o cadafalso uma mulher de oitenta anos com sua filha, esta mãe de seis filhos, que não cometeu outro crime senão o de negar o batismo das crianças." (Extraído do livro Uma Consciência Contra a Violência, página 115).
Se Calvino fosse um homem de Deus certamente agiria como a Bíblia ensina. Saberia que somente teremos uma cidade perfeita quando estivermos no céu. Saberia conceder a liberdade religiosa a seus concidadãos. Saberia que lugar de pastor não é no comando de cidades e sim conduzindo o seu rebanho. Quem manda matar a mãe de seis crianças por não aceitarem o erro do batismo infantil não pode ser um homem da dispensação da graça. Os verdadeiros batistas não tem nada a ver com o calvinismo.
OS ANABATISTAS E ZUINGLIO
Zwinglio foi um grande reformador e da mesma época que Lutero. Zurique foi a cidade que ele escolheu para fazer notório o seu movimento reformador. Muitos anabatistas foram para lá pensando justamente na liberdade religiosa que os reformadores pregavam antes de se tornarem cruéis ditadores. No começo houve uma grande amizade entre os anabatistas (principalmente os valdenses) e os simpatizantes de Zwinglio. Muitos anabatistas inclinaram-se para o zwinglianismo, principalmente em setembro de 1532. Parece que a maioria dos valdenses seguiram Zwinglio por este tempo. Mas foram decepcionados. Zwinglio aceitou a adesão dos que queriam, mas condenou aqueles que não quiseram se juntar a ele.
Assim que Zurique ficou em suas mãos, Zwinglio iniciou uma perseguição contra os indomáveis anabatistas. Por sua ordem o senado promulgou uma lei, segundo a qual, aquele que se atrevesse a batizar alguém que tivesse sido batizado antes, na infância, fosse afogado. Suas idéias se espalharam por todas as cidades suíças de ascendência alemã, e consequentemente, nestes lugares, os anabatistas eram afogados por batizarem seus membros.
PORQUE OS ANABATISTAS NÃO SE UNIRAM COM OS REFORMADORES?
Uma igreja que representa a pura doutrina deixada pelo Senhor Jesus não poderia se unir com nenhum movimento reformador do século XVI. Primeiro porque como o próprio nome diz, era uma reforma da igreja Católica. Se queriam reformá-la é porque admitiam que ela era uma igreja de Jesus, quando na verdade tinha deixado de ser desde 225. Segundo porque quando os reformadores vieram da igreja Católica não houve entre seus pastores iniciantes uma conversão de seus pecados. O que houve foi uma convicção da parte deles de que a igreja católica estava errada. Até os católicos tinham essa convicção. Terceiro que, não se convertendo, também não foram e nem podiam ser batizados, ordenança pela qual um crente professa publicamente que está aceitando Jesus e sua Igreja. Se não foram batizados com que autoridade podiam ministrar o batismo ou passar esta autoridade a outros?
As igrejas que saíram da reforma cometiam erros que jamais podiam ser aceitos como sendo realizados pela igreja de Jesus. O primeiro é o batismo infantil. Todas as igrejas da Reforma batizavam crianças recém-nascidas. A Igreja de Jesus nunca realizou e nem permitiu o batismo infantil. O segundo erro é a formação de uma igreja oficial. Por exemplo: Luterana na Alemanha; Anglicana na Inglaterra; Presbiteriana na Escócia; Jesus nunca quis casar sua igreja com o Estado. Antes ensinou: "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus". Terceiro é a formação de uma hierarquia dentro da igreja, colocando uma igreja acima da outra e pastores comandando outros pastores. O quarto erro é o uso de armas para impedir a liberdade religiosa e se meter em guerras contra católicos. O quinto erro é o de praticarem o batismo por aspersão e não por imersão. Por estes e outros motivos os anabatistas jamais poderiam ter se aliado com as igrejas da reforma.
A OPNIÃO DE HISTORIADORES DA IGREJA SOBRE OS ANABATISTAS
Apesar de não concordar com os historiadores convencionais a respeito da história dos anabatistas (pois eles tratam os tais como dissidentes e hereges), penso ser importante a opinião destes homens sobre os anabatistas.
A opinião de A.G. Dickens, no livro a Reforma:
"Durante os últimos anos fizeram-se estudos que nos levam a ver com novo respeito o sopro do idealismo cristão que alimentava os anabatistas. As horríveis crueldades de que foram alvo por parte dos católicos e dos protestantes chocam mesmo aqueles que os estudos dos costumes do século XVI endureceu... a maioria destes sectários era constituída por homens sinceros e pacíficos, que teriam podido ser dirigidos sem recorrer ao fogo e ao afogamento... Haveria muito a dizer, se nos quiséssemos referir aos seus descendentes espirituais, as seitas do século XVII, da Inglaterra e da Nova Inglaterra (os batistas e menonitas), e para podermos afirmar que os anabatistas deram grande contribuição a liberdade religiosa e cívica." (página 143).
"Uma revisão realista obriga-nos a acrescentar que nenhuma outra seita religiosa mostrou maior heroísmo passivo, face à perseguição." Quando afirmamos que os anabatistas são os sucessores autênticos dos apóstolos não estamos idealizando uma fantasia. Estamos relatando uma verdade que jamais será publicada nos livros de história eclesiástica.
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